quinta-feira, 22 de julho de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Como olhar criticamente um Software Educativo



O principal objectivo do software educativo é captar a atenção dos sentidos do utilizador.

A interactividade associada a este software educativo multimédia faz com que o utilizador se sinta envolvido na exploração do seu conteúdo. Esta exploração por parte do utilizador torna necessária a existência de três regras básicas do hipertexto: a informação é organizada em numerosos fragmentos; estes seleccionam-se entre si; o utilizador necessita apenas de uma pequena fracção de informação de cada vez.

O software educativo é interessante e torna-se estimulante, uma vez que dá uma resposta imediata aquando da sua utilização. No entanto, nem sempre desperta atenção ou proporciona aprendizagem. É, então, importante o modo como o conteúdo se apresenta estruturado.

D
uas vertentes são associadas a este sistema educativo (SE): se o objectivo do SE for ensinar, o controlo deve ser dado ao sistema, todavia se o objectivo for explorar o conhecimento do SE, o controlo deve ser dado ao utilizador.

N
uma perspectiva behaviorista o SE tem como principal objectivo a interiorização do conhecimento e, como tal, deve concluir a actividade para passar à etapa seguinte.

N
uma perspectiva construtivista, o utilizador tem a liberdade de percorrer o SE para construir o seu próprio conhecimento, segundo o seu interesse. Ou seja, a multiplicidade de abordagens ao SE associadas dependem sempre do tipo de aprendizagem pretendida (associação, dedução ou indução).

N
um SE bem construído há três factores que intervêm na aprendizagem: a qualidade do SE; os estímulos de aprendizagem e cognitivos do sujeito, bem como a familiaridade do sujeito com o ambiente informático que, por sua vez, já deve estar interiorizado.



E
m síntese, para ocorrer aprendizagem que o SE tenha qualidade científica, pedagógica e técnica; que haja literacia informática, bem como conhecimentos prévios do utilizador. O SE, assim, não pode ser demasiado simples, devendo ser avaliado por peritos científicos, pedagógicos e de interacção.

No que a usabilidade diz respeito, normalmente, a falta de aprendizagem é responsabilidade do software e não do sujeito.


IMPLICAÇÕES NA AUTONOMIA, NA MOTIVAÇÃO E NA APRENDIZAGEM


A promoção da autonomia no SE depende das ajudas à navegação, das actividades e do feedback.



O feedback pode ser positivo ou negativo e tornado real através de expressões de felicitação, encorajamento ou censura, através de músicas, sons ou animações.



Nos SE´s é notória a motivação que os jogos e respectivas pontuações suscitam nos utilizadores. Estes, para além de se divertirem, proporcionam aprendizagem e frequentemente obrigam o utilizador a fazer leituras prévias.


OLHAR CRITICAMENTE UM SOFTWARE EDUCATIVO MULTIMÉDIA


Para uma análise e discrição pormenorizada do Software Educativo Multimédia (SEM) é necessário ter em conta alguns componentes:

• Caixa


A
qui devem aparecer algumas indicações, tal como:

- Título;
- Ano da Edição;
- Editora;
- Destinatários;
- Área temática;
- Objectivos;
- Língua utilizada;
- Compatibilidade do Software com o computador;
- No caso de ser um software específico, deve conter o ano de escolaridade.

Na realidade, grande parte dos Softwares não contêm todos os componentes acima citados,

• Início/ Apresentação

Num primeiro momento, a apresentação é interessante e importante para informar o utilizador, contudo perde facilmente a novidade, levando o utilizador a desejar apenas as actividades.
Este aspecto torna necessária a possibilidade do utilizador saltar esta fase, normalmente com um simples click.

• Menu


O
menu, normalmente, apresenta as actividades existentes/ principais (menu olho de peixe).
Este deve estar sempre visível para facilitar a navegação e a exploração da informação.

• Navegação


Neste ponto, deve estar sempre presente a ajuda para a navegação no software que, na maioria dos casos, é dada através de setas e hiperligações.

• Estrutura


A estrutura básica de um bom SE deve ser:

- Linear ou sequencial, onde o utilizador pode recuar ou avançar nos itens;



- Hierárquica, em que o nó principal tem vários descendentes: em árvore ou aclítico;





- Em rede, em que o utilizador tem total liberdade de navegação.




• Actividades


As actividades ou os conteúdos são indicados no menu ou em submenus.

O
s aspectos mais importantes a ter em conta são:

- A correcção científica dos conteúdos;
- As actividades devem ser de compreensão fácil;
- A ajuda deve estar acessível mas não obrigatória;
- Presença do feedback;
- Acessibilidade, informação/ cópia da informação.

A
ssim, nas actividades vários formados podem ser utilizados para uma melhor apresentação da informação.

• Interface



A
interface condiciona a interacção do utilizador com o software.

A
interface de ser:

- Intuitiva e consistente;
- É também relevante a verificação do tipo de letra. Esta deve ser de fácil leitura e sem serifa, deve haver um bom contraste entre a letra e o fundo, bem como a qualidade das imagens.
- Os sons e os vídeos devem ser controlados pelo sujeito e os segmentos do discurso devem ser curtos;
- O espaçamento deve ser maior entre os parágrafos do que entre as linhas, o texto alinhado à esquerda e imagens, vídeos ou área de trabalho à direita.
Todos estes critérios são de carácter obrigatório.

• Ajuda



A
ajuda é imprescindível e deve estar acessível, mas de carácter opcional.

A ajuda pode estar disponível na:

- Navegação;
- Concretização da actividade, tarefa ou ajuda;
- Deve ser específica da sessão.

• Sugestões para pais, educadores e/ ou professores


Num SE este ponto não é de carácter obrigatório. Normalmente, apresenta sugestões e actividades complementares para impressão.


• Imprimir diploma


E
sta opção não é obrigatória, todavia é motivadora. Nos SE´s que disponibilizam esta opção, na abertura o software pede o nome do utilizador.

• Hiperligações para sites na Web


E
sta opção não é obrigatória. Quase sempre as hiperligações direccionam-se para sites da editora ou para sites temáticos.

• Ficha técnica



A
ficha técnica é obrigatória e, por vezes, apresenta designação de critérios.

• Sair do Software Educativo Multimédia


Esta opção deve estar sempre visível e deve, também, confirmar se o sujeito quer sair ou não do Software.
Depois de abordado o SEM, os intervenientes devem concluir se os objectivos foram concretizados, bem como fazer o balanço do Software ao público alvo.

Enfim, explicitaram-se, assim, os itens que são pertinentes aquando da análise crítica do software educativo. Não se pode, no entanto, descurar que cada software contém as suas próprias características e, como tal, deve ser previamente explorado/ analisado pelo professor/ educador. Só, deste modo, o SEM poderá ser rentabilizado em contexto educativo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pensamento do dia...




É, de facto, lamentável o estado do nosso país...

sábado, 15 de maio de 2010

Ferramentas cognitivas...


Com o progressivo avanço das novas tecnologias, torna-se, efectivamente, necessário promover a utilização dos computadores como apoio à aprendizagem significativa.

Assim sendo, Jonassen propõem o abandono dos métodos tradicionais em função dos computadores na escola, defendendo, igualmente, a utilização de determinadas aplicações informáticas como ferramentas cognitivas, de modo a estimular e a desenvolver o pensamento crítico dos alunos.

Definição de ferramentas cognitivas

As ferramentas cognitivas são ferramentas informáticas adaptadas ou desenvolvidas para funcionarem como parceiros intelectuais do aluno, de modo a estimular e facilitar o pensamento crítico e a aprendizagem de ordem superior. Estas ferramentas incluem bases de dados, redes semânticas, folhas de cálculo, sistemas periciais, ferramentas de modelação de sistemas, micromundos, motores de busca de informação, ferramentas de representação visual, ferramentas de publicação de multimédia, ambientes de conversação em tempo real e conferência através do computador.

São ferramentas de ampliação e reestruturação cognitiva. Elas ampliam o pensamento do aluno, ultrapassando as limitações da mente. São, efectivamente, dispositivos de pensamento crítico.

E
stas ferramentas envolvem os discentes na criação de conhecimento que reflecte a sua compreensão e concepção de informação, em vez de reproduzir a apresentação da informação feita pelo professor.

As ferramentas cognitivas são parceiros intelectuais. Nas parcerias intelectuais, os alunos devem ser responsáveis por reconhecer e julgar padrões de informação, organizando-a posteriormente, enquanto o computador deve efectuar cálculos e armazenar e recuperar informação.

F
erramenta cognitiva é, de facto, um conceito. Apesar destas definições se terem centrado nos computadores, estes não são implicitamente ferramentas cognitivas.

As ferramentas cognitivas representam uma abordagem construtiva da utilização de computadores, ou de qualquer outra tecnologia, ambiente ou actividade, que estimule os discentes na reflexão, manipulação e representação sobre o que sabem, ao invés de reproduzirem o que alguém lhes diz. Ao utilizar uma ferramenta cognitiva, o conhecimento é construído pelo aluno, não transmitido pelo professor.

E
nfim, após inúmeros conceitos, podemos constatar que as ferramentas cognitivas são ferramentas para ampliar a cognição.


Porquê usar ferramentas cognitivas?


Razões teóricas para usar ferramentas cognitivas:

- As ferramentas cognitivas promovem a aprendizagem significativa. Esta consiste numa aprendizagem:
• Activa (manipulativa/observante);
• Construtiva (articulatória/ reflexiva);
• Intencional (reflexiva/ reguladora);
• Autêntica (complexa/ contextual);
• Cooperativa (colaborativa/ conversacional).

- Construção de conhecimento



O
construtivismo preocupa-se com o processo segundo o qual os alunos constroem conhecimento. O modo como os alunos constroem conhecimento depende do que eles já sabem, dependendo, muitas vezes, do tipo de experiências que tiveram, do modo como organizaram essas experiências em estruturas de conhecimento e das convicções que usam para interpretar objectos e acontecimentos que encontram no mundo. As ferramentas cognitivas são ferramentas para ajudar os alunos a organizarem e a representarem o que sabem.

- Pensamento reflexivo

O pensamento experimental surge das experiências que uma pessoa tem com o mundo e acontece automaticamente. No entanto, o pensamento reflexivo exige deliberação. Aquele ajuda-nos a entender o que experimentamos e o que sabemos.

Os computadores podem, de facto, apoiar o pensamento reflexivo, ao permitirem que os utilizadores construam novo conhecimento, adicionando novas representações, modificando as antigas e comparando ambas.

A
s ferramentas cognitivas conduzem os alunos ao pensamento reflexivo, que apoia a construção de conhecimento.


- Ferramentas de parceria cognitiva

As tecnologias cognitivas são ferramentas que podem ser proporcionadas por qualquer meio e que ajudam os alunos a transcenderem as limitações das suas mentes, tal como as limitações de memória, de pensamento ou de resolução de problemas.
Razões práticas para usar as ferramentas cognitivas


- Falta de software


Desde os anos 70 que o EAC está disponível para apoiar a aprendizagem. Este software era do tipo repetição por treino, conceito para apoiar a aprendizagem por repetição.

A
pesar dos milhares de programas educativos que foram publicados, a totalidade não cobre ainda nem uma parte do currículo escolar. Simplesmente, não existe software disponível para ensinar de forma tradicional o volume das disciplinas e competências leccionadas nas escolas.

A
s ferramentas cognitivas exigem que se aprendam apenas alguns programas ou pacotes de software, a maioria dos quais já está disponível nas escolas.

- Custo dos computadores

A maioria dos programas educativos já mencionados são muitos dispendiosos, podem custar mais de 100 euros para uma mera licença de posto único e várias centenas de euros para uma licença para toda a escola.


- Eficiência


As ferramentas cognitivas podem ser usadas para trabalhar quase toda a globalidade do currículo e a um custo mais baixo do que outras abordagens da aprendizagem baseadas no computador presentemente disponíveis.

N
ão só representam eficácia no custo como também oferecem eficiência na aprendizagem. Cada programa educativo baseado no computador possui um conjunto diferente de resultados e meios para o atingir. As ferramentas cognitivas representam, efectivamente, uma utilização mais eficaz de tempo e esforço.


- Avaliar software como ferramenta cognitiva


De modo a avaliar o potencial de qualquer aplicação como ferramenta cognitiva deve distinguir-se, antes de mais, ferramentas cognitivas de ferramentas de produtividade.


- Ferramentas cognitivas VS ferramentas de produtividade


Os computadores são frequentemente utilizados nas escolas e nos locais de trabalho como ferramenta para ajudar os alunos ou os trabalhadores a produzirem trabalho, ou seja, como ferramentas de produtividade. Os computadores são um meio para ajudar o utilizador a realizar determinada tarefa, tornando-o mais produtivo.

D
eve ir-se bem mais além da produtividade, para que os discentes possam ser implicados num nível de aprendizagem que não é possível atingir utilizando apenas as ferramentas de produtividade. É, por este motivo, fundamental distinguir ferramentas cognitivas e ferramentas de produtividade.

A
s ferramentas de produtividade reestruturam nem amplificam significativamente o pensamento do aluno ou as capacidades apoiadas por esse pensamento.

As ferramentas cognitivas, por sua vez, são parceiros intelectuais que promovem a capacidade de pensar do aluno. Embora as ferramentas de produtividade aumentem significativamente a capacidade de produzir ideias, elas não oferecem formas alternativas de pensar.

- Ferramentas de construção de conhecimento VS ferramentas de uso de informação

A WWW não é uma ferramenta cognitiva, é apenas uma fonte de informação. Pesquisar na WWW pode proporcionar aos alunos diferentes perspectivas ou informações, facilitando, por isso, a construção de bases de conhecimento a partir do uso de outras ferramentas cognitivas. Contudo, pesquisar informação sem uma finalidade intencional não levará necessariamente à aprendizagem significativa.

U
ma geração de alunos está a aprender a utilizar a WWW como uma enciclopédia electrónica, de onde copiam em vez de construir e representar as suas próprias ideias. Esta forma de aprendizagem é de facto contrária do conceito de ferramentas cognitivas.

- Critérios para avaliar ferramentas cognitivas


• Ferramentas baseadas no computador
• Aplicações disponíveis
• Preço acessível
• Construção de conhecimento
• Generalização
• Pensamento crítico
• Aprendizagem transferível
• Formalismo simples e poderoso
• De fácil aprendizagem

Implicações das ferramentas cognitivas - O papel das ferramentas cognitivas na sociedade...


Nos últimos anos tem se assistido a um decréscimo significativo na capacidade e vontade de pensar dos alunos. O declínio nas notas dos testes é evidente, um sintoma próprio de uma doença intelectual, presente na nossa sociedade. Aprender, pensar e adquirir conhecimento são aspectos cada vez menos valorizados. A aprendizagem é, na melhor das circunstâncias, um malefício necessário que é exigido na procura constante dos bens materiais.

Assim sendo, torna-se efectivamente necessária uma revolução na Educação, não só uma mudança em termos metodológicos, mas uma revolução essencial de espírito. Tal revolução seria marcada pelos alunos que se sentem motivados para alcançarem um crescimento pessoal; pelos professores que se sentem fortalecidos com os desafios intelectuais dos seus discentes e que modelam, treinam e facilitam o pensamento, em vez de se limitarem a dizerem aos alunos o que sai, ou não, no próximo teste; pelos sistemas educativos que procuram preparar os alunos para se adaptarem a ambientes mutáveis adoptando uma atitude de aprendente a longo da vida.

N
a minha perspectiva, as ferramentas cognitivas não são, de todo, o único meio para envolver os alunos em aprendizagens significativas, mas talvez um dos mais eficazes. Se se acreditar que a educação é um processo que deve, pelo menos em parte, envolver os alunos em pensamentos de ordem superior, e se acreditar que os computadores podem e devem auxiliar nesse processo, então as ferramentas cognitivas podem ajudar.

S
ão apontadas três razões para o facto de os alunos serem, por vezes, incapazes de aprender, de resolver problemas e de alcançarem o seu potencial de aprendizagem.

E
m primeiro lugar, os alunos não desenvolvem um reportório de estratégias para a aprendizagem, de modo a resolverem som sucesso diferentes tipos de tarefas de aprendizagem.

E
m segundo, os alunos estão, sem dúvida, muito pouco motivados. Deste modo, acredito, convictamente, que a principal causa da falta de resultados positivos na escola é a existência de expectativas baixas por parte dos docentes, dos pais e da sociedade em geral, mas não só, a incapacidade de reacção, a fraca noção de auto-estima e a atribuição inadequada de sucesso ou falha, são outros factores a ter em linha de conta.

Em terceiro e último lugar, os alunos tendem a depender unicamente de percepções vagas e de soluções globais e rápidas para os problemas, em vez de se envolverem num tipo de raciocínio mais esforçado.

A
s ferramentas cognitivas irão funcionar com mais sucesso numa situação de reforma educativa, em que os alunos são vistos como construtores de ideias e defensores dessas construções. Os alunos devem abordar a aprendizagem de forma activa e consciente, devem entender e executar as suas intenções pessoais para aprender, pensar e regular esses processos.

N
este sentido, considero fundamental que se aposte numa aprendizagem cognitiva activa e consciente, isto é, a “utilização consciente e metacognitivamente orientada de processos não automáticos, que, geralmente, exigem esforço”. Esta acção é necessária para a aprendizagem significativa, que é aplicável em situações semelhantes e transferível para situações diferentes.

Aprendizagem cognitivamente activa e consciente é, de acordo com Salomon e Globerson, caracterizada pelas seguintes actividades:

- Suprimir respostas iniciais e reflectir acerca dos aspectos dos problemas;
- Recolher, examinar e personalizar informação acerca dos problemas;
- Gerar e seleccionar estratégias alternativas;
- Estabelecer relações com conhecimentos preexistentes e construir novas estruturas;
- Despender esforço na aprendizagem;
- Concentrar-se;
- Reflectir acerca da forma como uma tarefa foi realizada.

O objectivo da educação deve ser o de envolver os alunos numa aprendizagem activa e consciente. Este não é o nível de actividade a que os alunos estão habituados, mas eles são, sem dúvida, capazes de o alcançar. É, efectivamente, necessário proporcionar-lhes objectivos relevantes para que pensem, assim como ferramentas para orientar o processo. O computador é uma ferramenta essencial que, jamais, poderá ser esquecido.

O objectivo de muitas reformas educativas tem sido o desenvolvimento das competências de auto – regulação dos alunos. Estes, que deveriam ser capazes de determinar os seus objectivos de aprendizagem, planificando – a, preparando-se para aprender, envolvendo-se em actividades de aprendizagem à luz dessa monitorização, mantendo viva a sua motivação e um objectivo para a aprendizagem.

Este modo de aprendizagem constitui também um desafio para os docentes.
O motivo mais provável para os alunos não serem cognitivamente activos e conscientes e não terem auto – regulação deve-se ao facto de nunca tal lhes ter sido pedido. Na maior parte das vezes, desde muito cedo até ao ensino superior, é dito aos discentes como aprender e como o fazer. Aqueles, posteriormente, serão testados para se certificarem de que o aprenderam.

O
professor que acredita que os alunos devem compreender o mundo do mesmo modo que eles, que devem recordar e não aplicar e que se devem submeter a um horário de aprendizagem rígido, o uso de ferramentas cognitivas será, certamente, um risco. Assim, a aprendizagem e pensamento eficazes exigem que sejamos capazes de reflectir acerca de quem somos e do que somos capazes e estamos dispostos a fazer.


Mudança de filosofia…


O
s professores que não têm experiência com a abordagem construtivista, terão uma grande mudança na filosofia educacional quando utilizarem ferramentas cognitivas. Assim sendo, deverão tudo fazer para se sentirem à vontade com as novas tecnologias, de modo a progredirem e fazendo progredir, também, os seus alunos. Terão, de igual modo, e como qualquer bom docente, de ser tolerantes e estar dispostos a ajudar os discentes nas suas mais díspares dificuldades.

Integrar de modo eficaz as ferramentas cognitivas no processo educativo implica que os professores sejam capazes de utilizá-las. Não se pode, por assim dizer, ligar os alunos a ferramentas cognitivas e esperar que trabalhem sem uma orientação. O professor, enquanto elemento fulcral no processo de ensino – aprendizagem, deve usar bem as ferramentas, de modo a facilitar o seu uso por parte dos alunos.

P
ara integrar de forma eficaz as ferramentas cognitivas na sala de aula, os professores podem ter de desenvolver novas competências pedagógicas. O seu papel como professor deve alterar-se de transmissor de conhecimento para instigador, promotor, treinador, ajudante, modelador e orientador de construção de conhecimento.

O
professor, para que as ferramentas cognitivas sejam utilizadas do modo mais eficaz, deve abdicar da sua autoridade, quer da autoridade relacionada com o poder, quer da autoridade intelectual, descendo da sua cátedra. Abdicar da autoridade exige correr riscos e admitir que não se sabe tudo, no entanto, exige, também, demonstrar que se sabe descortinar o que não se sabe, bem como empregar esse novo conhecimento para solucionar problemas.

Assim, o professor deve revelar-se receptivo à aceitação de diversas perspectivas e interpretações do mundo, possibilitando que os alunos exponham as suas ideias em condições que sejam para eles mais significativas, e não necessariamente como um manual ou currículo as colam.

N
o entanto, convém salientar as ferramentas cognitivas não funcionam sem a preciosa ajuda da gestão das escolas. Professores empenhados não são o suficiente, se os órgãos directivos não estão interessados na mudança e na construção de conhecimento e pensamento crítico por parte dos alunos.

Apoio tecnológico…

É
, também, necessário o apoio tecnológico. Para se implementar ferramentas cognitivas, são necessários computadores, não sendo necessário um por aluno, porque tal poderia ser um impedimento à integração significativa e à tecnologia nas escola, mas, pelo menos, um para cada três ou quatro, de modo a desenvolver, também, o trabalho colaborativo.


A resistência dos pais…


Utilizar ferramentas cognitivas pode trazer resistências por parte dos pais. Embora todos os pais pareçam aceitar a importância do pensamento construtivo, auto – regulado e crítico como resultado importante da aprendizagem, a maior parte dos pais está mais preocupado em comparar os resultados obtidos pelos filhos com os dos outros, do que em compreender o que os filhos estão a aprender. Convencer os pais do contrário é uma tarefa árdua, porém importante. Tal facto está patente nas escolas de todos os níveis socioeconómcos.

A melhor forma de tentar conquistar o apoio dos pais é mostrar-lhes as produções dos seus filhos, e quando tal acontece ficam muito surpreendidos e orgulhosos.

Reflectindo...

Enfim, são vários os problemas que se colocam quando se fala em ferramentas cognitivas.

As ferramentas cognitivas são ferramentas de representação do conhecimento que utilizam programas de aplicação informática.

O
processo de utilização dessas ferramentas como formalismos para representar as ideias que estão a ser aprendidas em bases de conhecimento pessoais representa uma abordagem alternativa à integração dos computadores nas escolas.

Estas ferramentas representam uma forma eficiente e eficaz de integrar os computadores nas escolas. Podem ser utilizados transversalmente no currículo escolar, de modo a levar os alunos a pensar profundamente acerca do conteúdo que estão a estudar. São parceiros intelectuais que facilitam a construção de conhecimento e a reflexão por parte dos discentes.

Para que tais ferramentas sejam implementadas será necessário todo um trabalho por parte das pessoas que trabalham na escola e na sociedade a que esta, inevitavelmente, pertence.

É, de facto, imperioso que se encorajem os mais novos a desenvolverem o seu pensamento crítico e a construção pessoal de conhecimento, como objectivos significativos.

Os professores, enquanto elementos fundamentais num processo tão importante quanto complexo como o de ensino – aprendizagem, devem ser capazes de apoiar e estimular os seus alunos a aprenderem a regular os seus próprios hábitos de aprendizagem, mudando o seu papel de mero transmissor de conhecimento, para treinador. Os docentes devem, assim, estar preparados e empenhados nos objectivos do pensamento crítico e na utilização de ferramentas cognitivas.

No entanto, por mais que os professores se esforcem, é, absolutamente, necessário o apoio da gestão das escolas, pois sem o seu precioso contributo tudo se torna muito mais complexo. A gestão escolar deve mostrar-se empenhada nestes objectivos, fazendo de tudo para facilitar o pensamento de ordem superior e a construção de significado por parte dos mais novos.

terça-feira, 6 de abril de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

Indicadores de Qualidade de Sites Educativos de Ana Amélia Amorim Carvalho

Com a progressão avassaladora das novas tecnologias e, em particular, da informação disponível na Web, torna-se, efectivamente, urgente ensinar os mais jovens a “navegar”nesta nova e complexa dimensão, visto que é essencial saber distinguir a informação relevante da dispensável, um site fiável de um site que, de facto, não o é. Há, assim, indicadores que ajudam a identificar a qualidade de um site e, em particular, de um site educativo.

A informação a disponibilizar pode estar em qualquer formato e deve abarcar o conteúdo disponibilizado, as ajudas ao utilizador e as perguntas frequentes (FAQs), as sugestões e actividades, para que professores e encarregados de educação explorarem o site com os alunos ou os educandos, respectivamente.
Por sua vez, cada conteúdo deve ter um título, a indicação do autor, assim como as suas credenciais e contactos, a data, as referências bibliográficas e estar correcto do ponto de vista gramatical e ortográfico.




a) Como avaliar a informação online


Para avaliar a informação online devemos ter, essencialmente, em linha de conta os seis indicadores de qualidade que se seguem e que permitem inferir da sua credibilidade e actualidade.

a) Temática e adequação às orientações curriculares, isto é, se o site incluir informação para diferentes níveis de ensino, deve explicitar, para cada situação, o nível para o qual a informação foi estruturada.

b) Abordagem feita ao assunto, ou seja, deve ter em conta o nível escolar dos destinatários. Deve, também, verificar-se se o fio condutor é lógico e coerente e se o nível linguístico está adaptado aos destinatários.

Quanto aos conteúdos deve verificar-se a abordagem que é feita em amplitude e em profundidade, bem como o rigor e a objectividade com que é apresentado. Deve-se avaliar se a informação é completa e rigorosa e se o autor apresenta evidências do que defende.
Aspectos éticos e morais devem, também, ser respeitados.

c) Correcção do texto (escrito ou oral)

O texto deve estar correcto do ponto de vista gramatical e ortográfico se for escrito e gramatical e prosódico se for falado.

d) Referências bibliográficas

As referências bibliográficas e as hiperligações a sites documentam a credibilidade da informação. Particularmente, se indicarem sites de qualidade e específicos da temática e se as referências bibliográficas impressas forem específicas da temática.


e) Data e actualidade

Deve ser indicada a data em que foi produzido, disponibilizado e, se pertinente, da última actualização. No caso em que determinado conteúdo só seja disponibilizado posteriormente à fase de concepção, deve colocar-se a data em que, por exemplo, o texto foi escrito.

f) Autor

É importante que toda a informação contenha o nome do seu autor, caso contrário, a responsabilidade do conteúdo é atribuída ao responsável do site. Deve, também, ter informação sobre as credenciais do autor, que atestem a sua experiência, especialidade ou investigação sobre a temática abordada. É também importante o endereço electrónico para contactos, para que o utilizador possa solicitar esclarecimentos sobre o conteúdo apresentado.

b) Como analisar um Website educativo

Um site é constituído por um conjunto de páginas ligadas entre si, estabelecendo hiperligações a outros sites. A página de entrada deve disponibilizar o título do site, a sua finalidade, o público-alvo, a pessoa ou entidade responsável por ele, os contactos, as datas de criação e de actualização.

Um site educativo, em particular, deve ter subjacente os princípios básicos estruturais, de navegação, de orientação, de design e de comunicação de qualquer site contudo, para além disso, um site educativo tem que motivar os utilizadores a aprender, a consultar e a explorar a informação disponível. Para isso, o site deve integrar actividades diversificadas.

Indicadores de qualidade de um site educativo

Os indicadores de qualidade de site educativo baseiam-se, fundamentalmente, na norma ISO/IEC 9126-1 (2001).

As dimensões, que integram os indicadores de qualidade de um site educativo, são nove, designadamente: a identidade, a usabilidade, a rapidez de acesso, os níveis de interactividade, a informação, as actividades, a edição colaborativa online, o espaço de partilha e a comunicação.

Identidade
(Home page)

A primeira dimensão, Identidade, integra o nome do site, o seu propósito ou finalidade, autoria, data de criação e a última actualização, optimização do site, motor de pesquisa, novidades e o RSS. Todos estes elementos devem, porém, estar presentes na página inicial, de modo a serem facilmente identificados.

Usabilidade

Esta dimensão, por sua vez, remete-nos para a facilidade do uso e para a acessibilidade na aprendizagem, que se traduzirá na satisfação sentida, ou não, pelo utilizador. Assim sendo, deverá reunir a estrutura do site, a navegação e orientação no site, o interface.

- Estrutura do site

A estrutura do site é, de facto, fundamental, visto que um site mal estruturado, torna-se pouco acessível, dificultando a navegação dos demais cibernautas.

- Navegação e orientação no site
(Implicações da estrutura na navegação e na orientação do utilizador)

Nesta segunda dimensão, deve ter-se em linha de conta a representação e classificação da estrutura, assim como o menu e respectivos submenus.

- Interface (aspecto gráfico)

Quando ao aspecto gráfico de um site, deve prestar-se particular atenção à apresentação do layout das páginas, o espaçamento entre linhas e parágrafos, o tipo de caracteres (com ou sem serifa), as imagens, vídeo e som e as hiperligações.

Rapidez de acesso

No que à rapidez de acesso diz respeito, deve verificar-se o tempo de acesso ao site e as ligações às páginas internas, de modo a verificar se há falhas nas diversas ligações, factor determinante para a rapidez e facilidade de navegação.

Níveis de interactividade

Quanto aos níveis de interactividade devemos ter em conta os seguintes parâmetros:
- O utilizador vê, lê, ouve e clica;
- O utilizador desloca ou movimenta objectos;
- O utilizador preenche e envia;
- O utilizador preenche e verifica;
- O utilizador constrói um texto colaborativamente online.

Informação
(conteúdo)

Num site educativo, a temática e adequação às orientações é, sem dúvida, um factor determinante. A abordagem feita ao assunto, a correcção do texto, as referências bibliográficas, a data, a actualidade, bem como o autor, são informações imprescindíveis e que devem ser tidas em conta na análise de um site.

Actividades (sites educativos)

As actividades têm como objectivo central levar os alunos a conhecerem a informação disponível no site ou outras temáticas complementares em outros sites afins.
É, de facto, imperioso que as actividades motivem/incentivem os alunos para a aprendizagem (individual ou colaborativa). Para que tal seja possível, deve apresentar-se, aos mais novos, um leque diversificado, de forma a fomentar o interesse dos mesmos.

- Principais actividades:

Pesquisa orientada (Caça ao Tesouro, WQ;
Jogos diversificados;
Exercícios com correcção automática.

Edição colaborativa
A edição colaborativa permite que vários sujeitos cooperem para um objectivo comum ( Blog, Wiki, etc.).

Espaço de partilha

Espaço onde podem ser disponibilizados trabalhos realizados pelos professores ou, até mesmo, pelos alunos, de modo a estarem acessíveis a todos os utilizadores.
Os trabalhos - desenhos, relatórios, podcasts, etc.- podem ser validados por alguém antes de serem disponibilizados.

Comunicação

Um site deve possibilitar a comunicação entre os utilizadores, de modo a que se estabeleça troca de informações, impressões, pontos de vista. Deverá existir um espaço professores, encarregados de educação e alunos possam participar e comunicar de um modo prático e acessível.

O correio electrónico, fóruns, chats (áudio e vídeo), Twitter (ferramentas da Web 2.0), redes sociais de um modo geral são, sem dúvida, locais que privilegiam a comunicação.

Todos estes factores servem, de facto, para facilitar o acesso dos demais cibernautas, devendo conter o maior número de informação possível sobre o seu autor, ser de fácil utilização e bem estruturado. A facilidade de acesso e de utilização, são, também, determinantes para o bom funcionamento e para a qualidade de um site. Deve ser um espaço atraente, que suscite o interesse dos mais jovens, contendo uma linguagem acessível, adequada aos interesses e às necessidades daqueles.

Neste sentido, todo site que se preze, deve conter, também, actividades variadas, de modo a estimular o seu destinatário. Este, que tendo ao seu dispor um leque tão diversificado de actividades (extra-curriculares) pode não se sentir estimulado e motivado a navegar nesta nova dimensão. Assim, a meu ver, o site deve funcionar como um local onde se dê asas à imaginação, um espaço de partilha e de trabalho colaborativo, onde os jovens possam interagir e abrir novos horizontes, aprendendo e, até mesmo, ensinando sempre mais.

Reflexão pessoal...


Numa sociedade como a nossa, onde as novas tecnologias têm assumido um papel preponderante e dado o progresso avassalador da Web como recurso informativo, torna-se imperioso saber identificar os indicadores de qualidade de um site educativo.

Os indicadores de qualidade estão directamente relacionados com os componentes de um site educativo e com as tecnologias actuais. Deve destacar-se o papel das actividades como motivadoras da exploração do conteúdo disponibilizado no site, podendo estas proporcionar aprendizagem colaborativa.

Ferramentas colaborativas online, tais como o wiki e o blogue, auxiliam o processo de construção colaborativa e de edição, e estão a transformar o modo de publicação na Web. Elas constituem um indício da evolução que vai ocorrer na Web 2.0.

Neste sentido, deve também alertar-se para o facto de que se um site contiver conteúdos adequados ao nível escolar dos seus alunos, mas sem actividades, cabe ao professor propor actividades estimulantes que orientem a pesquisa do seu conteúdo.

É, de facto, fundamental que o docente, enquanto orientador e elemento fulcral do processo ensino - aprendizagem, tire o melhor partido dos sites educativos com qualidade existentes na Web, rentabilizando a informação online, educando e incentivando os alunos para a Sociedade da Informação.

sexta-feira, 19 de março de 2010

A nossa Educação...



Na vida não basta ser-se culto, é necessário ser competente e humano...

sábado, 13 de março de 2010

A mutabilidade a que tudo está, inevitavelmente, sujeito...

Nos tempos actuais, tudo progride avassaladoramente. Cada dia se vão descobrindo coisas novas, e sobretudo que muitas das certezas do dia anterior já foram postas em dúvida. Por isso a escola corre efectivamente o risco de ver totalmente ultrapassado, dentro de pouco tempo, aquilo que ensinou aos alunos como se tratando das verdades mais seguras. (...)

"Ensinar", hoje, será sobretudo armar o aluno de todos os requisitos necessários para que tenha possibilidade de enveredar pelo caminho da reciclagem constante, da actualização, do autodidactismo, da educação permanente. (...)

O aluno, se tem que estar preparado para viver num futuro cujas balizas não são previsíveis sequer, também não pode ver descurado o seu presente, que os currículos de ensino, normalmente, se esforçam por abarcar. e além disso, todas as verdadeiras mudanças terão que radicar em conquistas anteriores, e será em relação a estas que aquelas, que com mais ou menos repentismo, se acabarão por demarcar.

Querer preparar o futuro sem assentar bases no presente, será um erro tão repreensível como querer compreender o presente apenas com a herança do passado.


(SILVA, Lino Moreira da, (1983). Planificação e Metodologia - O Sucesso Escolar em Debate. Porto: Porto Editora.)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Reflexão crítica...

Antes de mais, considero importante ter em linha de conta a origem da palavra computador, para que , seguidamente, possamos reflectir sobre esta temática que se afigura tão aliciante quanto complexa....

Cum + putare = pensar comigo > Computador

Após uma leitura do interessantíssimo artigo “Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário”, que desde já aconselho vivamente, podemos (e devemos) reflectir sobre alguns aspectos que considero fundamentais para todos aqueles que queiram ingressar na área de ensino.

É do conhecimento comum que as novas tecnologias, e em particular a Internet, têm vindo a evoluir de um modo impressionante, revolucionando a comunicação e a aprendizagem. É, de facto, um meio indispensável a todo e qualquer ser humano, que actualmente se vê, de algum modo, envolto numa nova e fascinante dimensão.

Muitos estudiosos se debruçaram sobre esta temática, e todos parecem defender que o mundo das tecnologias é quase que imprescindível ao homem, uma vez que possibilita comunicar com os demais cibernautas com uma enorme rapidez e encontrar informações valiosas em segundos, facilitando, assim, o processo de ensino – aprendizagem, nomeadamente o ensino à distância.

Com o aparecimento da Web 2.0, emergiu um sistema mais interactivo e dinâmico, tais como o Blogger, Facebook, Hi5, entre outros). Deste modo, a actualmente vulgarizada net ganhou enormes potencialidades, e ainda mais adeptos, atraindo cada vez mais jovens, tornando-se, sem dúvida, uma ferramenta cada vez mais preciosa de apoio ao ensino.

Porém, é necessário não descurar da importância que o professor adquire, enquanto “personagem” fulcral no processo de ensino – aprendizagem. Aquele deve ser capaz de ajudar os alunos nas mais diversas actividades e, antes de mais, orientá-los, de modo a que saibam distinguir a informação relevante da informação desnecessária.

É certo que, se uma a pesquisa for realizada sem qualquer regra, ou orientação o discente poderá desorientar-se, acabando por perder o rumo certo.

Actividades como a “Caça ao Tesouro” ou a “WebQuest” que incentivam o trabalho em grupo, são fundamentais para que os alunos saibam seleccionar de modo adequado a informação, para que o trabalho por eles elaborado tenha o sucesso pretendido.
É, desta forma, deveras importante orientar os alunos na avaliação da informação encontrada, fornecendo-lhes as ferramentas necessárias para que consigam identificar elementos que os orientem nesse processo.

Neste seguimento, considero pertinente referir outro aspecto que não pode ser, jamais, esquecido, o plágio. Para que tal não aconteça é essencial que o aluno seja capaz de organizar as ideias, citando-as, resumindo-as, comentando-as, criticando-as, mas nunca plagiando, acto de desmerecimento e desrespeito pelo próximo.

É, sem sombra de dúvida, imperioso que se ensine aos alunos métodos e formas de trabalhar um texto, fazendo referência às fontes consultadas.

Através das novas tecnologias, nomeadamente, da Internet, os docentes podem potenciar o processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, o facto de um aluno saber que o seu trabalho poderá ser publicado no blog da disciplina, certamente será um grande estímulo para um maior empenho do aluno, bem como é uma ferramenta óptima para a comunidade académica e extra-académica comentar o trabalho do aluno, num enriquecimento intelectual comum. Para além disso, as plataformas e ferramentas da internet podem ser óptimas para apresentarem planificações de aulas, actividades a trabalhas com os alunos, apontadores para sítios relevantes, repositório de documentos importantes para a disciplina, ou como também pode ser óptimo para actividades colaborativas (por exemplo, o professor coloca uma questão no fórum e os alunos vão debatendo e reflectindo por escrito).

Assim, e em jeito de conclusão, julgo importante que se reflicta sobre esta nova dimensão que entrou inevitavelmente nas nossas vidas, revolucionando a nossa forma de ser e estar. Através dela temos a comunicação muito mais facilitada e o processo de ensino – aprendizagem muito mais dinamizado, sendo, de facto, mais dos muitos estímulos à nossa imaginação e criatividade.

Síntese do artigo - Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: Dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS...


Neste texto apresento uma breve síntese do artigo Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS, de Ana Amélia Amorim Carvalho, onde se defende, explicitamente, a utilização dos recursos que existem na Web, salientando a necessidade de saber pesquisar, saber avaliar a informação encontrada e saber referir as fontes correctamente.

É, antes de mais, importante que os alunos saibam distinguir citar de plagiar. Assim sendo, torna-se fundamental que os docentes, enquanto agentes da educação e formação, os oriente nesse sentindo, alertando-os para a importância de se referir as fontes consultadas, uma vez que a transcrição literal de um trabalho feito por outrém é um acto de desmerecimento e desrespeito pelo próximo. Para que tal não aconteça, é essencial que o aluno seja capaz de organizar as ideias, citando-as, resumindo-as, comentando-as, criticando-as, mas nunca plagiando.

Existe um leque muitíssimo diversificado de ferramentas gratuitas e disponíveis na Web que permitem a construção de blogs, wikis, podcasts, mapas de conceitos, etc., que despertam o interesse dos alunos, motivando-os à aprendizagem. Estes, que também podem publicar online, recebendo comentários dos colegas, do professor e, certamente, de outros cibernautas.

Os alunos podem, através da internet, desenvolver o seu espírito crítico, comentando os trabalhos dos colegas, desenvolvendo trabalhos colaborativos, apropriando-se da facilidade de publicar e de interagir na Web através das ferramentas disponibilizadas na Web 2.0.

Os docentes devem ser sensíveis à importância destas ferramentas, desenvolvendo sites com recursos, actividades, ferramentas colaborativas e de comunicação, criando uma dinâmica interactiva com os mais jovens, onde se estabelece uma partilha de trabalhos, dúvidas e reflexões e onde se fomente a aprendizagem em grupo (colaborativa) através de tarefas desafiantes/ motivadoras.

As funcionalidades acima mencionadas podem ser levadas a cabo numa plataforma de apoio à aprendizagem, onde o professor e os alunos possam ter a privacidade necessária e onde se sintam seguros, não se expondo a outros cibernautas.

A plataforma exige do professor conhecimento da tecnologia, criatividade e muita dedicação para conceber e dinamizar actividades.

Existem também outras plataformas, como a “Escola Virtual”, que disponibilizam os conteúdos programáticos de cada disciplina com actividades interactivas e orientadoras da aprendizagem dos alunos.

Compete ao Ministério da Educação disponibilizar conteúdos interactivos e com qualidade para os diferentes níveis de ensino, como acontece, por exemplo, no Brasil no site RIVED (Rede Interactiva Virtual de Educação), onde há muitos objectos de aprendizagem prontos a serem reutilizados, que pretendem estimular o raciocínio e o pensamento crítico.

Assim sendo, o professor pode descarregar os conteúdos e inseri-los na plataforma, na sua disciplina. Ambientes em 3D têm vindo a ganhar popularidade como Active Worlds, There, Red Light Center, destacando-se o Second Life (SL). O mundo virtual em 3D é construído pelos residentes, criando cada um a sua personagem. Tem sido usado sobretudo no ensino superior, mas desde 2005, foi criado um espaço para adolescentes, o Teen Second Life.

Os resultados favoráveis obtidos no estudo piloto, fazem encarar o ambiente como promissor de aprendizagem em ambientes 3D. É, sem dúvida, uma nova forma de educar, que apoiará, certamente, a aprendizagem das pessoas ao longo da vida. Integrará espaços físicos e virtuais, tendo como foco o processo.

Tecnologias móveis, como Tablet PCs, PDAs e telemóveis, estão a ficar menos dispendiosas, o acesso em qualquer lugar e a qualquer hora à informação desejada online começa a ficar facilitado.

Em Setembro de 2007 surge, também, o programa e-Iniciativas, no âmbito do projecto Novas Oportunidades, para professores e alunos do ensino básico e secundário, entre outros, poderem adquirir computador portátil e acesso a banda larga a preços reduzidos.

É, verdadeiramente, imperioso alertar para a necessidade de se ter um espírito aberto e adaptável a novas ferramentas que podem ser rentabilizadas no processo de ensino - aprendizagem.

O que actualmente parece fascinante, brevemente será fruto do passado, uma lembrança desvanecida com o tempo, isto graças ao rápido e inevitável avanço/ progresso das novas tecnologias.

Com a vinda do novo browser Seadragon pode alterar-se o modo como usámos os ecrãs e navegamos na informação. Com o Surface da Microsoft vamos alterar o modo como interagimos com o conteúdo digital: sem rato nem teclado, o ecrã está integrado numa mesa e com as mãos interage-se no conteúdo, permitindo também que várias pessoas trabalhem simultaneamente.

Enfim, com todas estas inovações que se instalaram na nossa sociedade, muita coisa, seguramente, se irá transformar, tanto na forma como interagimos como no conteúdo e no modo como comunicamos, no entanto o importante é criar situações que envolvam os alunos na aprendizagem, ajudando-os a desenvolver o pensamento crítico, preparando-os para as tomadas de decisão que ao longo da vida terão, certamente que, numa sociedade tão globalizada e concorrencial como é, de facto, a nossa.

terça-feira, 9 de março de 2010

Plano tecnológico de Educação


O Plano Tecnológico da Educação (PTE) é o maior programa de modernização tecnológica das escolas portuguesas, aprovado em Agosto de 2007 pelo Governo.

O PTE interliga de forma integrada e coerente um esforço ímpar na infra-estruturação tecnológica das escolas, na disponibilização de conteúdos e serviços em linha e no reforço das competências TIC de alunos, docentes e não docentes.

Com o PTE, as escolas portuguesas estão a transformar-se em espaços de interactividade e de partilha sem barreiras, preparando as novas gerações para os desafios da sociedade do conhecimento.

A ambição do PTE é a de colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados em matéria de modernização tecnológica das escolas até 2010.

a) O três eixos de actuação do PTE são os seguintes:

-Tecnologia;
-Conteúdos;
-Formação.


b) Os projectos afectos aos três eixos de actuação:

Eixo de actuação A - Tecnologia :

Principais projectos relacionados:

- Kit Tecnológico Escola, cujo objectivo é aumentar o número de computadores, equipamento de apoio, a disponibilidade e os equipamentos para utilização fora dos períodos de aula;

- Internet de Banda Larga de Alta Velocidade, destinada à revisão do modelo de concetividade;

- Internet nas salas de aula, de modo a reestruturar as redes de área local;

- Cartão Electrónico do Aluno , de forma a generalizar a utilização de plataformas de cartão do aluno;

- Videovigilância , cuja finalidade é generalizar a utilização de sistemas de segurança electrónicos.


Outros projectos relacionados:


- Centro de Apoio Tecnológico às Escolas.

Eixo de actuação B - Conteúdos:

Principais projectos afectos:


- Mais-escola.pt ( Portal da escola com funcionalidades de partilha de conteúdos, ensino à distância e colaboração);

- Escola Simplex (Plataforma electrónica de apoio à Gestão);

Outros projectos relacionados:

- Manuais escolares electrónicos;

- Plataforma de comunicação electrónica integrada;

Eixo de actuação C - Formação:

Principais projectos afectos:

- Formação e certificação de competências TIC - Formação Pro, cuja finalidade é essencialmente a restruturação do modelo de formação de docentes em TIC e a instituição de mecanismos de certificado de competências TIC;

- Avaliação Electrónica, que visa, sobretudo, a utilização de meios informáticos na avaliação escolar;

Outros projectos relacionados:

- Integração das TIC nos métodos de ensino e aprendizagem;

- Literacia em Aplicações Open Source.

c) Após uma análise, embora superficial, do Plano Tecnológico de Educação podemos verificar que existe, de facto, uma proximidade com a proposta de Jonassen. Este defende a utilização dos computadores como apoio à aprendizagem significativa.

Ambos apostam, e a meu ver muito bem, na utilização de aplicações informáticas como ferramentas cognitivas, de modo a fomentar e a promover a qualidade de pensamento diversificado, incentivando os alunos a pensar criticamente sobre os mais dispares assuntos.

É do conhecimento comum que o computador, utilizado devidamente, afigura-se como uma "ferramenta" importante no apoio ao ensino/aprendizagem, facilitando a vida dos discentes. Estes, que tendo ao seu dispor um leque tão diversificado de actividades que se afiguram, muitas vezes, mais aliciantes do que o próprio estudo, necessitam de meios capazes de fomentar o seu interesse, que os motivem, e nada melhor do que as novas tecnologias para fazê-lo.

Através do computador, os nossos jovens têm ao seu dispor ferramentas que lhes possibilitam o acesso a informação diversificada e fundamental à sua formação.

O docente, que tem a importante responsabilidade de educar e de formar os nossos jovens, deve incutir, desde cedo, este gosto/ interesse pelo mundo tão mágico das tecnologias informáticas, fornecendo-lhes as ferramentas indispensáveis para que possam aceder a essa nova dimensão.

É óbvio que o PTE é apenas uma possibilidade de escolha, o docente pode ou não usufruir desses meios, isso ficará ao seu critério.

O professor não pode nunca esquecer que tudo no ensino está sujeito à mutabilidade e que não pode nunca fugir dela. Assim sendo, as tecnologias devem ser por eles explorada e esmiuçada, para que se possam actualizar, modernizando os seus modos de leccionar, de modo a dinamizarem as suas aulas.

quinta-feira, 4 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

O poeta dos poetas...



Um dos meus poetas predilectos é, de facto, Fernando Pessoa. A capacidade com que nos toca, a emotividade que transmite em cada palavra e a sua imaginação prodigiosa marcaram o meu curto percurso existencial, enquanto aluno e futura professora...

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo. E posso evitar que ela vá à falência.Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se um autor da própria história.É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho?Guardo todas, um dia vou construir um castelo..." (FERNANDO PESSOA )

Beyonce


Sendo a música uma das minhas grandes paixões, achei pertinente colocar no meu blogue uma das cantoras que mais admiro, não só como profissional, mas também enquanto pessoa...

Um passo rumo ao futuro...

No âmbito da unidade curricular de Tecnologia Educativa foi-nos proposta a elaboração de um blogue pessoal, onde publicassemos todos os trabalhos realizados ao longo do semestre lectivo.
Confesso que inicialmente me suscitou algum receio, uma vez que desconhecia certos conceitos e programas, porém, também me suscitou particular interesse, na medida em que se afigurará, certamente, útil quando docente, tornando-se uma mais valia nas diversas actividades que me serão seguramente impostas...