sábado, 13 de março de 2010

A mutabilidade a que tudo está, inevitavelmente, sujeito...

Nos tempos actuais, tudo progride avassaladoramente. Cada dia se vão descobrindo coisas novas, e sobretudo que muitas das certezas do dia anterior já foram postas em dúvida. Por isso a escola corre efectivamente o risco de ver totalmente ultrapassado, dentro de pouco tempo, aquilo que ensinou aos alunos como se tratando das verdades mais seguras. (...)

"Ensinar", hoje, será sobretudo armar o aluno de todos os requisitos necessários para que tenha possibilidade de enveredar pelo caminho da reciclagem constante, da actualização, do autodidactismo, da educação permanente. (...)

O aluno, se tem que estar preparado para viver num futuro cujas balizas não são previsíveis sequer, também não pode ver descurado o seu presente, que os currículos de ensino, normalmente, se esforçam por abarcar. e além disso, todas as verdadeiras mudanças terão que radicar em conquistas anteriores, e será em relação a estas que aquelas, que com mais ou menos repentismo, se acabarão por demarcar.

Querer preparar o futuro sem assentar bases no presente, será um erro tão repreensível como querer compreender o presente apenas com a herança do passado.


(SILVA, Lino Moreira da, (1983). Planificação e Metodologia - O Sucesso Escolar em Debate. Porto: Porto Editora.)

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