sábado, 15 de maio de 2010

Ferramentas cognitivas...


Com o progressivo avanço das novas tecnologias, torna-se, efectivamente, necessário promover a utilização dos computadores como apoio à aprendizagem significativa.

Assim sendo, Jonassen propõem o abandono dos métodos tradicionais em função dos computadores na escola, defendendo, igualmente, a utilização de determinadas aplicações informáticas como ferramentas cognitivas, de modo a estimular e a desenvolver o pensamento crítico dos alunos.

Definição de ferramentas cognitivas

As ferramentas cognitivas são ferramentas informáticas adaptadas ou desenvolvidas para funcionarem como parceiros intelectuais do aluno, de modo a estimular e facilitar o pensamento crítico e a aprendizagem de ordem superior. Estas ferramentas incluem bases de dados, redes semânticas, folhas de cálculo, sistemas periciais, ferramentas de modelação de sistemas, micromundos, motores de busca de informação, ferramentas de representação visual, ferramentas de publicação de multimédia, ambientes de conversação em tempo real e conferência através do computador.

São ferramentas de ampliação e reestruturação cognitiva. Elas ampliam o pensamento do aluno, ultrapassando as limitações da mente. São, efectivamente, dispositivos de pensamento crítico.

E
stas ferramentas envolvem os discentes na criação de conhecimento que reflecte a sua compreensão e concepção de informação, em vez de reproduzir a apresentação da informação feita pelo professor.

As ferramentas cognitivas são parceiros intelectuais. Nas parcerias intelectuais, os alunos devem ser responsáveis por reconhecer e julgar padrões de informação, organizando-a posteriormente, enquanto o computador deve efectuar cálculos e armazenar e recuperar informação.

F
erramenta cognitiva é, de facto, um conceito. Apesar destas definições se terem centrado nos computadores, estes não são implicitamente ferramentas cognitivas.

As ferramentas cognitivas representam uma abordagem construtiva da utilização de computadores, ou de qualquer outra tecnologia, ambiente ou actividade, que estimule os discentes na reflexão, manipulação e representação sobre o que sabem, ao invés de reproduzirem o que alguém lhes diz. Ao utilizar uma ferramenta cognitiva, o conhecimento é construído pelo aluno, não transmitido pelo professor.

E
nfim, após inúmeros conceitos, podemos constatar que as ferramentas cognitivas são ferramentas para ampliar a cognição.


Porquê usar ferramentas cognitivas?


Razões teóricas para usar ferramentas cognitivas:

- As ferramentas cognitivas promovem a aprendizagem significativa. Esta consiste numa aprendizagem:
• Activa (manipulativa/observante);
• Construtiva (articulatória/ reflexiva);
• Intencional (reflexiva/ reguladora);
• Autêntica (complexa/ contextual);
• Cooperativa (colaborativa/ conversacional).

- Construção de conhecimento



O
construtivismo preocupa-se com o processo segundo o qual os alunos constroem conhecimento. O modo como os alunos constroem conhecimento depende do que eles já sabem, dependendo, muitas vezes, do tipo de experiências que tiveram, do modo como organizaram essas experiências em estruturas de conhecimento e das convicções que usam para interpretar objectos e acontecimentos que encontram no mundo. As ferramentas cognitivas são ferramentas para ajudar os alunos a organizarem e a representarem o que sabem.

- Pensamento reflexivo

O pensamento experimental surge das experiências que uma pessoa tem com o mundo e acontece automaticamente. No entanto, o pensamento reflexivo exige deliberação. Aquele ajuda-nos a entender o que experimentamos e o que sabemos.

Os computadores podem, de facto, apoiar o pensamento reflexivo, ao permitirem que os utilizadores construam novo conhecimento, adicionando novas representações, modificando as antigas e comparando ambas.

A
s ferramentas cognitivas conduzem os alunos ao pensamento reflexivo, que apoia a construção de conhecimento.


- Ferramentas de parceria cognitiva

As tecnologias cognitivas são ferramentas que podem ser proporcionadas por qualquer meio e que ajudam os alunos a transcenderem as limitações das suas mentes, tal como as limitações de memória, de pensamento ou de resolução de problemas.
Razões práticas para usar as ferramentas cognitivas


- Falta de software


Desde os anos 70 que o EAC está disponível para apoiar a aprendizagem. Este software era do tipo repetição por treino, conceito para apoiar a aprendizagem por repetição.

A
pesar dos milhares de programas educativos que foram publicados, a totalidade não cobre ainda nem uma parte do currículo escolar. Simplesmente, não existe software disponível para ensinar de forma tradicional o volume das disciplinas e competências leccionadas nas escolas.

A
s ferramentas cognitivas exigem que se aprendam apenas alguns programas ou pacotes de software, a maioria dos quais já está disponível nas escolas.

- Custo dos computadores

A maioria dos programas educativos já mencionados são muitos dispendiosos, podem custar mais de 100 euros para uma mera licença de posto único e várias centenas de euros para uma licença para toda a escola.


- Eficiência


As ferramentas cognitivas podem ser usadas para trabalhar quase toda a globalidade do currículo e a um custo mais baixo do que outras abordagens da aprendizagem baseadas no computador presentemente disponíveis.

N
ão só representam eficácia no custo como também oferecem eficiência na aprendizagem. Cada programa educativo baseado no computador possui um conjunto diferente de resultados e meios para o atingir. As ferramentas cognitivas representam, efectivamente, uma utilização mais eficaz de tempo e esforço.


- Avaliar software como ferramenta cognitiva


De modo a avaliar o potencial de qualquer aplicação como ferramenta cognitiva deve distinguir-se, antes de mais, ferramentas cognitivas de ferramentas de produtividade.


- Ferramentas cognitivas VS ferramentas de produtividade


Os computadores são frequentemente utilizados nas escolas e nos locais de trabalho como ferramenta para ajudar os alunos ou os trabalhadores a produzirem trabalho, ou seja, como ferramentas de produtividade. Os computadores são um meio para ajudar o utilizador a realizar determinada tarefa, tornando-o mais produtivo.

D
eve ir-se bem mais além da produtividade, para que os discentes possam ser implicados num nível de aprendizagem que não é possível atingir utilizando apenas as ferramentas de produtividade. É, por este motivo, fundamental distinguir ferramentas cognitivas e ferramentas de produtividade.

A
s ferramentas de produtividade reestruturam nem amplificam significativamente o pensamento do aluno ou as capacidades apoiadas por esse pensamento.

As ferramentas cognitivas, por sua vez, são parceiros intelectuais que promovem a capacidade de pensar do aluno. Embora as ferramentas de produtividade aumentem significativamente a capacidade de produzir ideias, elas não oferecem formas alternativas de pensar.

- Ferramentas de construção de conhecimento VS ferramentas de uso de informação

A WWW não é uma ferramenta cognitiva, é apenas uma fonte de informação. Pesquisar na WWW pode proporcionar aos alunos diferentes perspectivas ou informações, facilitando, por isso, a construção de bases de conhecimento a partir do uso de outras ferramentas cognitivas. Contudo, pesquisar informação sem uma finalidade intencional não levará necessariamente à aprendizagem significativa.

U
ma geração de alunos está a aprender a utilizar a WWW como uma enciclopédia electrónica, de onde copiam em vez de construir e representar as suas próprias ideias. Esta forma de aprendizagem é de facto contrária do conceito de ferramentas cognitivas.

- Critérios para avaliar ferramentas cognitivas


• Ferramentas baseadas no computador
• Aplicações disponíveis
• Preço acessível
• Construção de conhecimento
• Generalização
• Pensamento crítico
• Aprendizagem transferível
• Formalismo simples e poderoso
• De fácil aprendizagem

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